Nome comum | Tartaruga-comum

Nome científico | Caretta caretta

Tipo de ocorrência: Açores e Madeira | Visitante

Estatuto de conservação a nível global |  Vulnerável (VU)

Estatuto de conservação em Portugal (Açores e Madeira) | Em Perigo (EN)

Descrição

A tartaruga-comum é a maior espécie de tartaruga marinha de carapaça rígida, tendo uma cabeça de grande dimensão e mandíbulas fortes. A sua carapaça é acastanhada e em forma de coração. Utiliza as barbatanas anteriores para propulsão na água, enquanto as posteriores as guiam e ajudam na estabilização na coluna de água.

O comprimento da sua carapaça varia entre os 80 e 110 centímetros e pesam em geral entre 70 a 170 quilos, sendo que as fêmeas são geralmente maiores que os machos.

Passa a sua vida em habitats marinhos ou estuarinos, sendo que as fêmeas apenas vão à praia para desovar.

 

Habitat

Esta espécie é migratória e distribui-se por todos os oceanos, com exceção das águas mais frias do Ártico e Antártico. Cada animal pode percorrer várias centenas de quilómetros até às zonas de reprodução. Os indivíduos adultos preferem zonas costeiras de regiões temperadas e subtropicais, enquanto que os juvenis e subadultos ocorrem quase exclusivamente em alto mar, migrando para zonas costeiras após a maturação.

 

Distribuição

Em Portugal ocorre com frequência nos Açores e Madeira, onde é considerada uma espécie visitante, fazendo parte de uma população mais ampla que abrange grande parte do Atlântico Norte Central e Ocidental. Em águas continentais pode ocorrer a passagem ocasional de indivíduos com origem Norte-Atlântica, Mediterrânica e possivelmente Marroquina ou Cabo-verdiana.

 

Número de posturas

Aproximadamente 3 a 6 ninhos por temporada reprodutiva (com 12 a 14 dias de intervalo) e cerca de 100 a 126 ovos por ninho. As temporadas reprodutivas são a cada 2-4 anos e os ovos têm um período de incubação de 60 dias.

 

Longevidade

A longevidade máxima ultrapassa os 70 anos.

 

Dieta

A tartaruga comum é uma espécie carnívora e as suas fortes mandíbulas permitem que se alimentem de vários tipos de animais com concha ou carapaça como o caranguejo-ferradura, mexilhões e outros bivalves. Também se alimentam de alforrecas/medusas, esponjas e alguns peixes.

 

Ameaças

Uma das maiores ameaças à espécie é a destruição das zonas de nidificação, predação de ninhos e desenvolvimento costeiro (como iluminação e construção junto às praias onde desovam). Outras graves ameaças incluem a captura acidental em pesca de palangre-de-superfície, pesca de arrasto e a poluição marinha, incluindo resíduos que podem ingerir. Pensa-se que a captura acidental tem desempenhado um papel significativo nos recentes declínios populacionais da espécie. As alterações climáticas são também um importante fator de ameaça, uma vez que influenciam a proporção entre fêmeas e machos.

 

Na região dos Açores e Madeira a maior ameaça que esta espécie enfrenta é a captura acidental por artes de pesca, o que levou a uma redução do tamanho da população de pelo menos 50% nas últimas 3 gerações.

Apesar das tentativas de conservação desta espécie, as suas populações continuam a decrescer. Devido à sua natureza migratória, a estabilidade das suas populações depende de uma cooperação internacional a longo prazo.

 

Curiosidades

  • As fêmeas desta espécie regressam geralmente à praia onde nasceram para fazer as suas posturas e percorrem milhares de quilómetros nesta viagem;
  • A tartaruga-comum é considerada uma “espécie-chave”, o que quer dizer que outros animais do seu ecossistema dependem desta espécie para sobreviver;
  • O sexo das crias é determinado pela temperatura dos ninhos; temperaturas mais frias dão origem a machos e temperaturas mais quentes dão origem a fêmeas. 

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