Declaração de Granada carece de ambição ambiental e climática para garantir um novo Pacto Ecológico reforçado
Em vésperas da realização, nos dias 5 e 6 de outubro, da reunião da Comunidade Política Europeia e da Cimeira Informal de Granada, onde serão discutidas as linhas e prioridades políticas do ciclo eleitoral em preparação na União Europeia (2024-2029), o GEOTA, a LPN, a Quercus e a ZERO consideram que o projeto de Declaração Final do encontro informal de chefes de Estado e de Governo carece da necessária ambição que exigem as atuais crises globais da perda de biodiversidade e do clima e consideram decepcionante que as promessas, nacionais e europeias, rumo a um crescimento mais sustentável e inclusivo tenham, em muitos casos, ficado para trás.
As omissões, as hesitações e os atrasos indefinidos na aprovação de legislação crítica em dossiers fundamentais como a agricultura, alimentação, florestas, energia e na área dos químicos perigosos, entre outros, colocam em causa a credibilidade da Comissão Europeia e a sua capacidade de levar a bom porto muitas das metas do próprio Pacto Ecológico Europeu, 4 anos após a sua adoção.
Assim, o GEOTA, a LPN, a Quercus e a ZERO instam o Governo, os grupos parlamentares e o Presidente da República a envidar todos os esforços ao seu alcance com vista a:
Numa altura em que as circunstâncias da crise económica e social se agudizaram na Europa, só a priorização de uma transição justa e sustentável garantirá a segurança, a saúde, a recuperação da economia e o verdadeiro direito a um ambiente saudável para todos os europeus. Recuar nesta estratégia e no reforço do novo Pacto Ecológico Europeu que se avizinha é uma cedência a quem procura a desestabilização da UE, fazendo-a ceder nos seus valores essenciais.
Apelamos pois ao Governo de Portugal para que coopere com os restantes líderes europeus com vista a incluir na Declaração de Granada um inequívoco compromisso que permita resolver as crises ambiental e climática e nos devolva a esperança num futuro sustentável.
Estas preocupações integram um apelo do Gabinete Europeu de Ambiente (European Environmental Bureau – EEB), subscrito também pelas organizações BirdLife International, Climate Action Network (CAN), Transport & Environment e World Wildlife Fund (WWF), que juntas representam 45 milhões de cidadãos europeus, e cuja versão original pode ser consultada em:
O Grupo de Estudos de Ordenamento do Território (GEOTA), a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus-ANCN) e a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável constituem as quatro Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONGA) representadas no Gabinete Europeu de Ambiente (European Environmental Bureau – EEB), a maior rede europeia de organizações ambientais, que reúne mais de 180 ONGA de 40 países.
4 de outubro de 2023
Se deseja receber informação atualizada sobre a LPN, por favor insira o seu email:
© 2018 Liga para a Protecção da Natureza.
Powered by bluesoft.pt