Os dados de 2018 do Instituto Nacional de Estatística revelaram que, dos perto de 700 mil portugueses que participaram em ações formais de voluntariado, cerca de 19 mil estiveram associados a organizações não-governamentais de ambiente (ONGA). Uma taxa inferior a 3% que, sendo diluída pela totalidade da população nacional, quase desaparece. Nos mais de 70 anos de existência da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), os voluntários sempre tiveram um papel determinante na sua constituição e atividade a começar, desde logo, por quem a lidera.
Ser voluntário, é deixar-se guiar pelo desassossego do espírito de quem dá o seu tempo para defender uma causa nobre, e pela coragem de o materializar sem esperar retorno. A história da humanidade seria hoje muito mais pobre se excluísse o contributo daqueles que se dedicaram, altruisticamente, aos principais desafios que se impõem sobre a sociedade e o planeta.
Com os seus 6,4% de taxa de voluntariado, Portugal apresenta o terceiro menor valor da União Europeia, apenas à frente da Bulgária e da Roménia. A média da UE está nos 19,3%. O voluntariado, no seu casamento de direitos e deveres, expectativas e necessidades, é essencial para vários sectores, como o serviço social, cultura e lazer, saúde, desenvolvimento, advocacia, educação e investigação, solidariedade religiosa, profissional, sindical e também o ambiente.
O voluntariado foi sempre determinante no movimento ambientalista que, em Portugal, assumiu dimensão no final da década de 1940 com a criação da LPN, a primeira associação de defesa do ambiente da Península Ibérica. A LPN investe anualmente em ações de formação para voluntários e no seu acompanhamento posterior. Além da troca de experiências e ideias, estas ações desencadeiam tarefas e fomentam a autonomia, o envolvimento e a responsabilização. Alimentam a regularidade, maturidade, empenho e resiliência dos voluntários, tornando-os parte da casa. Tanto é que a coordenação do voluntariado da LPN é partilhada com uma voluntária. Para Ana Luísa Barros, atualmente estudante de doutoramento da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, “é igualmente importante sentir que faço parte da associação e que o meu contributo faz a diferença, que não é apenas um ato isolado”.
Na LPN – à semelhança de outras ONGA –, é frequente encontrar forma de ajudar e contribuir com conhecimento técnico nas mais diversas áreas, desde a biologia e ecologia, à advocacia, ao design ou à contabilidade, entre tantas outras. É possível participar em projetos de conservação da Natureza ou de educação ambiental, ou até representar a associação em eventos, atividades e angariações de fundos, como embaixador, vestindo a camisola junto da comunidade. Talvez por já ter sido descrita como “avó que continua a defender a natureza com a energia de uma criança”, a LPN tem encontrado vontade de ajudar em pessoas de todas as idades, garantindo sempre que o seu tempo estaria a ser investido na preservação do património natural, e num futuro melhor. Em alturas de crise, os voluntários são, mais do que nunca, uma ajuda imperativa para as instituições.
Por um mundo melhor, incentivamos a que procure mais informações sobre as associações portuguesas que se dedicam à defesa do ambiente e a associar-se àquelas com que se identifica.
Referências (clique para consultar):
Lisboa, 27 de abril de 2020
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