Fotografia: Octávio Mateus
A Liga para a Protecção da Natureza despede-se hoje de Miguel Magalhães Ramalho, figura maior da defesa do património natural do nosso país, com a qual temos a honra de cruzar a nossa história.
Um brilhante geólogo, professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e diretor do Museu Geológico de Lisboa, foi associado da LPN desde 1969, celebraria precisamente amanhã 52 anos do seu vínculo à associação. Vínculo esse repleto de cargos que ocupou desde 1970, então 2º Secretário da Direção Nacional. 18 anos depois, assume a Presidência da LPN e lidera-a até 1993. Pertenceu aos vários órgãos sociais durante 25 anos, marco que demonstra de forma exemplar a sua dedicação à missão da conservação da Natureza.
Miguel Magalhães Ramalho conta na primeira pessoa como viveu as questões da Natureza em Portugal, no livro comemorativo dos 60 anos da associação. Admitindo que esteve ativo durante “um período particularmente interessante”, destaca a construção da nova estrada na Arrábida como tendo sido o principal alvo de intervenção. Reconhece que, mesmo tendo reunido com o Presidente Américo Tomás e com o Ministro das Obras Públicas, Eng.º Rui Sanches, a estrada acabou por ser construída. Mas, mais importante do que isso, “a criação da Área Protegida da Arrábida, mais tarde Parque Natural, foi consequência dessa luta”. Uma importante vitória para esta área que continuamos e continuaremos a defender não só pelo seu valor intrínseco, mas também pelo seu significado, por guardar a própria origem da LPN e tantos outros capítulos da sua história.
Através do muitos e importantes artigos de opinião que escreveu quando eram ainda poucos os que se preocupavam com o ambiente, foi expondo crimes contra o património e apelando ao bom senso dos decisores públicos. O seu trabalho em prol da conservação da Natureza foi reconhecido com o Prémio Carreira, da CPADA, em 2011.
Jorge Palmeirim, Presidente da Direção Nacional da LPN, recorda Miguel Magalhães Ramalho como um exemplo, um amigo e um bom conselheiro, e como um “grande Senhor da conservação em Portugal que manteve, até ao fim da sua vida, uma garra que faria inveja aos mais jovens conservacionistas”. O seu valor para a associação foi inestimável e sentimo-nos hoje mais pobres.
A LPN deseja as mais sinceras condolências e sentimentos à família e amigos.
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