Bee Responsible: A ligação entre os polinizadores a as orquídeas silvestres

A serra de São Luís na Arrábida foi o local escolhido para mais um encontro entre a LPN e a Vileda Ibérica, no âmbito do projeto Bee Responsible - um projeto ibérico coordenado em Portugal pela Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e pela Ecocolmena em Espanha.

 

Em pleno parque Natural da Arrábida, o grupo juntou-se ao nosso guia convidado, Armando Frazão - autor do guia de campo “Orquídeas silvestres da Arrábida” - para dar início a um percurso pedestre e conhecer algumas das orquídeas silvestres existentes na região e a sua ligação íntima com os polinizadores.

 

 

 

 

Embora, para a maioria das espécies de orquídeas já seja um pouco fora da época para as observar no seu estado de floração, ainda assim foram identificadas 12 espécies de 7 géneros diferentes:

 

Anacamptis

  • Orquídea-piramidal (Anacamptis pyramidalis)

Cephalanthera

  • Cephalanthera longifolia

Gennaria

  • Gennaria diphylla

Himantoglossum

  • Orquídea-gigante (Himantoglossum robertianum)

Ophrys

  • Erva-abelha (Ophrys apifera)
  • Erva-abelha-pequena-dos calcários (Ophrys speculum) e Ophrys speculum subsp. lusitanica
  • Erva-aranha (Ophrys sphegodes)
  • Erva-dos-passarinhos (Ophrys scolopax subsp. apiformis)
  • Erva-mosca (Ophrys bomyliflora)
  • Erva-vespa (Ophrys lutea)

Orchis

  • Erva-dos-macaquinhos-dependurados (Orchis italica)

Serapias

  • Erva-língua-menor (Serapias parviflora)

De uma forma geral as orquídeas silvestres distinguem-se das outras plantas por possuírem flores com três sépalas e três pétalas, agrupadas ao cimo do caule, acima das folhas e posicionadas em cacho mais ou menos denso. A pétala central é diferenciada das restantes e designa-se como ‘labelo’.

 

São plantas de uma beleza extrema quando observadas de perto. Para além de possuírem peças florais altamente especializadas, no reino vegetal destacam-se pelas suas estratégias evolutivas.

 

É sabido que cada espécie de orquídea é polinizada por um grupo restrito de insetos e em casos mais específicos por uma única espécie de insetos, como é o caso da erva-abelha que é polinizada exclusivamente por abelhas da família apidae.

 

Nas orquídeas, o pólen não está solto mas sim aglomerado numa estrutura denominada polinídias. Para o processo da polinização ocorrer, estas flores precisam da visita de polinizadores que “ao engano” levam as polinídias agarradas ao seu corpo até visitarem outras plantas vizinhas.

 

Que estratégias usam as orquídeas para atraírem os polinizadores?

O labelo das flores do género Ophrys mimetiza insetos fêmeas de abelhas, vespas, moscas e moscardos para assim atraírem os machos. Por tal ligação, alguns dos nomes específicos de orquídeas advêm da família do seu inseto polinizador.

 

Como exemplo, podemos fazer a seguinte ligação entre polinizadores e espécies de orquídeas silvestres:

  • Orquídea-piramidal - polinizada por escaravelhos, abelhas e borboletas como a Thymelicus acteon
  • Erva-dos-macaquinhos-dependurados e a Orquídea-gigante - polinizadas pelo abelhão-terrestre (Bombus terrestris)
  • Erva-abelha-pequena-dos calcários - polinizada pela vespa da espécie Dasyscolia ciliata
  • Erva-vespapolinizada por abelhas solitárias pertencentes do género Anthophora sp.

 

 

Foi uma aula de plena aprendizagem sobre esta Natureza em miniatura, o fascinante mundo das orquídeas silvestres os seus grandes aliados os polinizadores!

 

A todo o grupo, o nosso obrigado pela boa disposição, simpatia e vontade de aprender e em especial ao Armando Frazão pelo entusiasmo e dedicação pelo tema e gosto pela patilha de conhecimento.

 

 

Descanso merecido no final do percurso à sombra deste esplenderoso carvalho-português.

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