Decorreu no passado dia 2 de junho mais uma saída de campo para descobrir a biodiversidade em perigo do litoral do Parque Natural Sintra-Cascais, orientada por Clarisse Ferreira e com o apoio do Arq. Paisagista Pedro Arsénio e do herbário João de Carvalho e Vasconcellos.
No passado dia 2 de junho, longe de ver o verão, os participantes encorajados pela curiosidade de descobrir a biodiversidade do litoral com as suas famílias e iniciaram a visitana praia do Magoito, onde ouviram uma breve caracterização das zonas biogeográficas Europeias definidas pela rede natura 2000 e nas quais se localizam Portugal Continental e Ilhas, pelo Arq. Paisagista Pedro Arsénio, Professor Auxiliar do ISA – Instituto Superior de Agronomia – e responsável pelo Herbário João de Carvalho e Vasconcellos (LISI), sediado na mesma instituição.
Aproveitando a placa informativa do Parque Natural Sintra-Cascais foi ainda possível caracterizar alguma fauna e flora representativa da região, sendo disso exemplos o falcão peregrino (Falco peregrinus, ave da família Falconidae) ou cravo-romano (Armeria pseudoarmeria (Murray) Mansf., planta da família das Plumbaginaceae), bem como outros elementos do património natural local, tais como afloramentos geológicos, a paleoduna do Magoito e a alternância dos calcários e calcários margosos da arriba viva a sul do Magoito.
Na arriba norte a ação antrópica predomina, frequentemente com prejuízo do referido património natural, uma vez que foi construído um café-restaurante sobre a duna fossilizada e ainda recentemente foram necessárias obras para segurar a mesma. Seguindo o percurso junto ao Forte de Santa Maria, nas arribas surgem afloramentos de basalto com disjunção esferoidal.
A subida pelo maciço calcário e a ação de agentes erosivos põe a descoberto fósseis de bivalves e caminhando pelas arribas serão identificadas as espécies que fazem parte do elenco florístico bem como associações de plantas. Percorrendo os caminhos em cima da arriba, observam-se escarpas e enseadas, paisagens de cortar a respiração até que se avista o imponente afloramento “Filão Camada da Lomba dos Pianos” e uma flora que se altera no decorrer das quatro estações do ano.
Na aproximação ao geossítio que comove qualquer cidadão pela verticalidade das suas formas e dimensão, onde são facilmente observáveis zeólitos, surgem alfazemas-do-mar (Limonium vulgare Mill. e Limonium multiflorum Erben, espécies da mesma família do cravo-romano) e a papoila-das-areias (Glaucium flavum Crantz, espécie da família das Papaveraceae) e sobre a plataforma descobre-se um manto de trevo-de-creta (Lotus creticus L., uma espécie da família das Fabaceae, também conhecidas por leguminosas).
O merecido descanso e o abastecer de energia realizou-se contemplando as falésias a sul da Lomba dos Pianos por onde os participantes tinham estado durante toda a manhã. Até à praia da Samarra foi ainda possível analisar alguma flora ripícola (ou das linhas de água) e por uma descida desafiadora os participantes puderam descer até à praia onde desagua a ribeira com o mesmo nome da praia, fortemente encaixada e cujo leito rico em seixos se mistura com o areal da praia. O percurso de volta foi o mesmo e terminou onde teve o seu início, na praia do Magoito.
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