Embarque no Bote Leão pelo Estuário do Tejo

Navegar pelo Tejo ao sabor do vento a bordo do Bote Leão, embarcação tradicional do Tejo transporta-nos para os tradições locais, saberes e experiências dos marítimos e dos pescadores de Alcochete.


No âmbito de uma formação de professores, esta atividade de Natureza numa altura de pandemia realçou a importância destas atividades presenciais pois nada substitui o contacto direto e a observação do voo dos flamingos, das garças, da liberdade do olhar das gaivotas à espera de serem fotografadas num cenário de vida sempre renovado.

 

A vila de Alcochete, à porta da Reserva Natural do estuário do Tejo, no passado mês de setembro foi o palco de mais uma ação de formação de professores a bordo do Bote Leão, que nos despertou para a necessidade de conservar as embarcações tradicionais do tejo e todo o ecossistema riquíssimo de vida, numa vivência que nos traz à memória a beleza da grandiosidade do estuário do Tejo.

 

Era o dia da saída no estuário do tejo e uma clara luz matutina entrava pela janela esconsa do automóvel prenunciando um dia de sol radioso e quente. Quando se planeou esta saída, Portugal vinha a ter um Verão frio e ventoso, todavia aquele dia prometia uma saída tranquilizadora para a navegação possibilitando uma viagem na grandiosidade e bela paisagem pelo Estuário do Tejo.


O trajeto efetuado desde o cais de Alcochete para montante foi pelas margens da vila junto ao largo da Misericórdia, pela margem esquerda até à ribeira das Enguias pela Reserva Natural do Estuário do Tejo e depois para jusante passando junto às Salinas do Samouco até ao nosso destino de volta ao cais.


Observando a paisagem multifacetada que decorria da viagem junto ao rio Tejo e a assimetria geomorfológica das duas margens do estuário possibilitava conhecer a sua história. Por essa razão, coube ao professor destacado na LPN efetuar uma breve introdução de natureza geológica, geomorfológica e descrição de ameaças ao seu equilíbrio dinâmico.

 

 

Após a caraterização natural e cultural do estuário do Tejo destacou-se a importância da avifauna aquática, onde se ultrapassa largamente as 20000 aves aquáticas o que a determina como zona húmida de importância internacional critério da Convenção de Berna de 19 de julho de 1979, transportado para a legislação nacional a 23 de julho de 1981, cabendo ao formador Carlos Pacheco, especialista em ornitologia, expressar toda a riqueza em aves com que nos íamos deparando.
 


No entanto, a bacia hidrográfica do Tejo e o seu estuário estão sujeitos a grandes pressões ambientais e socioeconómicas e é preciso proteger todas as regiões que a água do Tejo atravessa. A esse respeito foram enumeradas algumas das ameaças ambientais mencionadas no relatório de acompanhamento sobre poluição no rio Tejo da Agência Portuguesa do Ambiente, o Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo e o impacte ambiental danoso do previsto do aeroporto do Montijo, realçando-se a necessidade de uma mobilização consciente em Associações, nomeadamente na LPN que é aliás membro do Movimento Pró-Tejo – um movimento de cidadania em defesa do Tejo.


Navegando junto aos sapais, destacando-se a sua importância, ao sabor do vento e do voar das gaivotas, num “caudal” de diálogos científicos, culturais e experienciais, a conclusão que retirámos quando o barco atracou é que o sentimento vivencial que se tem não se compadece com visitas virtuais que a pandemia do Covid nos obrigou.

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