Está aberto o caminho para a desproteção do lobo na Europa.
Hoje, a maioria dos Estados-Membros da UE aprovou a proposta da Comissão Europeia para diminuir o estatuto de proteção do lobo ao abrigo da Convenção de Berna. Essa decisão abre a porta para o abate de lobos como uma falsa solução para os ataques a gado, apesar de comprometer os esforços de conservação e restauro da biodiversidade já assumidos. A decisão tornou-se possível depois da Alemanha mudar inesperadamente a sua posição, inicialmente de abstenção, passando a apoiar a proposta da CE.
Com esta decisão, os Estados-Membros decidiram ignorar a voz de mais de 300 organizações da sociedade civil, incluindo, em Portugal, a da LPN, e de centenas de milhares de pessoas que apelaram a que as recomendações científicas fossem seguidas, enveredando-se esforços em prol da coexistência com grandes carnívoros. Essa coexistência tem-se revelado possível através de medidas preventivas, de que é exemplo o trabalho desenvolvido em Portugal com a entrega de cães de gado aos pastores para defesa dos seus rebanhos.
Cientistas e associações de conservação da natureza alertam que a medida prejudica a recuperação da população de lobos e a biodiversidade europeia, favorecendo decisões pessoais e políticas.
A decisão de hoje não só compromete décadas de esforços de conservação, como também representa um retrocesso significativo para um dos maiores sucessos de preservação da vida selvagem da União Europeia: o retorno do lobo, que esteve à beira da extinção.
Para este resultado contribuiu também a súbita mudança da posição de Portugal, que inexplicavelmente votou a favor da proposta da CE, justificando “solidariedade” para com outros Estados-Membros.
A tomada de posição ocorreu esta manhã no encontro do Comité dos Representantes Permanentes da União Europeia (COREPER), em Bruxelas, e será formalmente adotada na próxima reunião do Conselho da UE, a 26 de setembro, a tempo da CE submetê-la ao Comité Permanente da Convenção de Berna. A EU apoiará a proposta na votação final que decorrerá em dezembro.
Partilhamos a reação do European Environmental Bureau, a maior rede Europeia de ONGA, e que a LPN integra: https://eeb.org/europe-weakens-wolf-protection-major-blow-to-science-and-biodiversity/
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