Geologia e Ambiente em Sintra-Mafra

Caminhando entre antigos vulcões e filões magmáticos pertencentes ao Complexo Vulcânico de Lisboa e testemunhando antigas Alterações Climáticas nos sedimentos, os alunos do Agrupamento de Escolas Rainha D. Leonor observaram a paisagem de Sintra e Mafra “com um outro olhar”.

 

Na sequência do projeto Despertar para a Natureza, e integrando as aprendizagens essenciais/articulação com o perfil dos alunos da disciplina de Biologia-Geologia no sentido de se mobilizarem saberes para regular decisões relativas à utilização sustentada dos recursos naturais do planeta Terra e ao relacionamento saudável consigo próprio, com os seus concidadãos e com os outros seres vivos (Biologia e Geologia-DGE,2018) os professores e alunos do 11º ano do Agrupamento de Escolas Rainha D. Leonor (AERDL), com o  apoio do professor destacado da LPN realizaram uma saída de campo na região de Sintra – Mafra.

 

Apesar da zona da praia do Magoito, uma das praias mais ricas em iodo da Europa ser caraterizada por ter por vezes ventos fortes, à chegada, o dia estava com uma luz brilhante, anunciando a pequena caminhada que iríamos efetuar para norte ao longo do litoral. 

 

Observação de uma falha na arriba norte da praia do Magoito e preenchimento do guião de exploração.

 

 

Inicialmente, após uma caraterização do maciço de Sintra e da região pelo professor destacado na LPN e pela professora Gabriela Moreira, os alunos observaram a paleoduna de arenito do Magoito onde fossilizaram um depósito de praia e ocupações pré-históricas. A sul da praia, nas arribas avistava-se uma sucessão de camadas quase horizontais de calcários argiloso e margas que testemunham uma regressão marinha (descida do nível do mar) até que se caminhou pela arriba a norte, na plataforma de São João das Lampas onde intercalados nos calcários e margas aparecem fenómenos magmáticos nos basaltos de disjunção esferoidal. Do cimo da antiga plataforma eram visíveis os aspetos da ação da erosão do litoral resultante da ação das ondas nas arribas com famílias de descontinuidades, fraturas e desligamentos que apresentam erosão diferencial resultando em quedas de blocos por perda de sustentação.

 

 

Alunos da AERDL  na Plataforma de São João das Lampas.

 

 

Munidos de um guião do percurso efetuado pela professora Gabriela Moreira os alunos iam respondendo às questões e tirando algumas dúvidas aos professores. Após uma pequena paragem de intervalo para um lanche revigorante partiu-se para o Penedo do Lexim, em Mafra para observação das colunas prismáticas e dos fenómenos de magmatismo decorrentes do 2º pulso do 3º Ciclo da atividade magmática registada em Portugal Continental correspondente ao Complexo Vulcânico de Lisboa-Mafra.

 

Avançando pelo trilho que conduz à chaminé vulcânica do Penedo do Lexim, o professor destacado na LPN ia caraterizando algumas espécies arbóreas e arbustivas autóctones e imensos líquenes epífitos fruticulosos (indicadores de boa qualidade do ar).

 

Ao chegar à antiga pedreira onde se destaca a monumentalidade natural do Penedo do Lexim e rodeados por esse “castelo natural” classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1975, efetuou-se um enquadramento Geológico da região junto à disjunção prismática do basalto que resulta da contração das rochas durante o arrefecimento do magma.

 

E quando o céu adquiriu tons de laranja, e após o preenchimento do guião pelos alunos, empreendeu-se o regresso, numa saída de campo na qual foi evidente, uma vez mais, o profissionalismo dos professores e onde os alunos com a sua boa disposição, atenção e interesse revelado a valorizaram ainda mais.

 

Levar o currículo escolar para a Natureza, conhecendo-a para a protegermos, constituindo os locais visitados como laboratórios naturais de aprendizagem, são os objetivos das ações da LPN que mais uma vez foram correspondidos plenamente.

 

Boa disposição na saída de campo no Penedo do Lexim.

 

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