A conservação do património natural engloba o património geológico, nomeadamente os geomonumentos que são monumentos naturais de origem geológica, com importância do ponto de vista científico, cultural e pedagógico. Nesse âmbito por forma a proporcionar o contacto com alguns aspetos da geodiversidade e da história geológica evolutiva da região de Lisboa organizou-se uma saída que contou como dinamizador o engº Jorge Sequeira do Museu Geológico de Lisboa.
A saída incluiu um percurso temático pela cidade de Lisboa com a descrição não só dos aspetos geológicos e paleoambientais mas também a interligação das geociências com a história da cidade, com a sua dimensão urbanística, artística, social e económica.
As cidades foram e são grandes consumidoras de recursos geológicos, isso foi visível e dado a conhecer nesta saída, pois na cidade de Lisboa abundavam pedreiras e fornos de cal (os geomonumentos do parque da Pedra e do rio Seco eram antigas pedreiras e o do Sampaio Bruno um antigo barreiro) que serviram para a construção de vários monumentos e edifícios.
Por sua vez, a visita orientada a estes geomonumentos através do percurso temático realizado permitiu vislumbrar a história geológica da região de Lisboa. Os professores participantes observaram os afloramentos e os locais “in situ”, que poderão contribuir de um modo mais efetivo para que os seus alunos através de uma abordagem interdisciplinar tenham uma aprendizagem mais significativa. Cada um dos geomonumentos visitados permite que através das Geociências se possa promover o Geoturismo assumindo o território como um recurso educativo e cultural que importa valorizar.
Vimos assim com a orientação do engº Jorge Sequeira, a cidade de Lisboa com “um outro olhar”, os “olhos do conhecimento” que nos permitem ainda mais sentirmo-nos envolvidos por esta cidade fascinante, de grande riqueza histórica e cultural.
Após um período em que a autarquia colocou estes bens culturais e pedagógicos ao serviço da população com a classificação dos mesmos como exomuseus e criação de dois percursos temáticos verifica-se que existem alguns geomonumentos ao abandono, caindo no esquecimento, e outros servindo de lixeira, sujeitos a vandalismo sendo que mesmo alguns já se perderam, pelo que se torna um imperativo protegê-los tirando o seu proveito pedagógico e cultural.
Pensamos que esta saída embora tenha tido participantes já conscientes e sensibilizados para a defesa e conservação do património natural e cultural possa ajudar a que haja uma maior disseminação do conhecimento para se gostar mais do território valorizando e salvaguardando a “memória da região de Lisboa”.
Rocha ornamental junto à sede da LPN de Calcário Lióz com fósseis de rudistas – Cenomaniano (Período Cretácico). Fotografia de Andreia Monteiro.
Geomonumento da Sampaio Bruno – Aquitaniano (Miocénico inferior), onde havia um mar litoral, de pequena profundidade, com águas tépidas e muito límpidas, favorável ao desenvolvimento de um ambiente recifal. Observam colónias de briozoários. Fotografia de Andreia Monteiro.
Geomonumento do Parque da Pedra – Antiga pedreira de calcário do Cretácico – Cenomaniano (100.5 – 93.9 M.a). Fotografia de Andreia Monteiro
Geomonumento do Parque da Pedra – Antiga pedreira de calcário do Cretácico – Cenomaniano (100.5 – 93.9 M.a). Fotografia de Andreia Monteiro
Geomonumento do Rio Seco – Cenomaniano – Cretácico Superior.
Geomonumento do Rio Seco – Cenomaniano – Cretácico Superior - Antiga pedreira encontrando-se vestígios dos fornos de cal.
Geomonumento do Rio Seco – Cenomaniano – Cretácico Superior. Nódulo de sílex. Fotografia de Andreia Monteiro.
Geomonumento da Rua da Judiaria - Miocénico Inferior - 17 M.a..
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