As espécies exóticas são, por definição, espécies que não são originárias e nunca foram registadas como ocorrendo naturalmente num determinado local. Também conhecidas como espécies alóctones, atualmente nos nossos rios existem inúmeras espécies piscícolas que foram introduzidas pelo homem e que ali encontraram condições para sobreviver e proliferar com sucesso.
Na bacia do rio Guadiana já se contam 14 espécies exóticas comparativamente às 11 nativas que ali ocorrem naturalmente. Para além da competição direta por espaço, alimento e oxigénio, aquelas espécies predam ovos, juvenis e peixes adultos nativos, colocando em causa a sua sobrevivência.
Para além de povoarem rios e ribeiras, os peixes exóticos ocorrem em abundância em barragens, pois estão mais adaptados a águas paradas. Contudo, quando há descargas destes sistemas, estas espécies passam para os cursos de água naturais que são o habitat preferencial dos peixes nativos e competem com estes podendo levá-los à extinção.
Assim, uma forma de tentar proteger as populações de peixes nativos nos rios passa pela redução da quantidade de peixes exóticos nos cursos de água, sobretudo nos troços lóticos, procurando restringi-los às massas de água parada. Com o objetivo de demonstrar que é possível reduzir a passagem (o aporte) de espécies exóticas de sistemas lênticos artificiais, como são as barragens, para as linhas de água naturais, foi construído na barragem do Tasnal (concelho de Loulé) um dispositivo de demonstração de retenção de peixes exóticos no descarregador de superfície da barragem.
Este dispositivo é composto por um gradeamento laminado, instalado numa calha, ocupando toda a largura do descarregador de superfície, atuando sempre que a cota da barragem suba acima do valor de armazenagem máxima, retendo no gradeamento todas as exóticas que iriam passar para a linha de escorrência que conflui com a Ribeira do Vascão e com isso colonizar aquela linha de água.
Considerando que as barragens e açudes são um dos principais pontos de fomento das espécies exóticas e que a proliferação destas é umas das ameaças à fauna de peixes nativos, esta é uma das medidas implementadas pelo Projeto LIFE Saramugo com vista à salvaguarda e proteção da ictiofauna autóctone, onde se insere o saramugo.
Por sua vez, dado o caracter experimental e dependendo do sucesso desta medida, a mesma poderá no futuro ser replicada em outros locais, vindo a constituir uma boa prática implementada por outras entidades no controlo da disseminação de espécies exóticas predadoras e competidoras nos habitats naturais.
Para saber mais sobre o projeto visite: www.lifesaramugo.lpn.pt
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