LIFE Saramugo intervém no habitat do saramugo

Para minimizar o elevado estado de degradação da vegetação ribeirinha na ribeira do Murtigão, o Projeto LIFE Saramugo realizou uma ação de melhoramento do coberto arbóreo e arbustivo com diferentes espécies de plantas ribeirinhas autóctones.

No início do Projeto LIFE Saramugo foi efetuado um levantamento e identificação das ameaças ao saramugo (e respetivo habitat). Entre as ameaças identificadas conta-se a destruição da vegetação ribeirinha por pisoteio resultante da presença de gado nas linhas de água.

A ausência de vegetação ribeirinha promove o aumento da evaporação da água, problema que se agrava no estio (verão) altura em que as ribeiras ficam reduzidas a pegos, assim como a falta de alimento e de abrigos adequados à fauna piscícola. Por sua vez a falta de ensombramento dos cursos de água tem consequências ao nível da temperatura e oxigenação da água, comprometendo toda a vida aquática.

Um dos locais onde se verificou uma maior degradação e, até mesmo, a ausência de vegetação nas margens foi na ribeira do Murtigão (no SIC Moura/Barrancos), num troço que confina com a herdade da Coutada dos Frades, onde foi necessário intervir. Assim, no âmbito das ações de conservação do habitat do saramugo do Projeto LIFE, a intervenção ocorreu numa extensão da margem esquerda da ribeira com cerca 550m e compreendeu a plantação e estacaria de diversas árvores e arbustos autóctones, como: freixos (Fraxinus sp.), salgueiros (Salix sp.), roseira brava (Rosa pouzinii), tamuje (Flueggea tinctoria) e loendros (Nerium oleander). As plantas enraizadas foram fornecidas pelo parceiro do Projeto LIFE Saramugo ICNF, através dos seus viveiros de Valverde (Alcácer do Sal). Todos os espécimes colocados no terreno foram protegidos utilizando protetores de árvores de modo a garantir o seu crescimento e promover um efeito dissuasor aos animais que possam tentar alimentar-se das plantas.

Para garantir o sucesso desta intervenção, a equipa do Projeto irá monitorizar o crescimento das plantas, as quais serão ainda alvo de regas periódicas, em especial, nos meses mais quentes do ano.