Navegar pelo Tejo transporta-nos para um diálogo entre as atividades humanas e a natureza. Um diálogo que por vezes não tem sido o melhor mas que também realça a capacidade de depuração e resiliência da natureza. O seu enquadramento geográfico, a sua diversidade de paisagens, a sua produtividade biológica, fauna e solos férteis possibilitaram uma ocupação humana desde o Paleolítico tornando-se na região mais povoada do País e ao mesmo tempo um paraíso para as aves aquáticas. Observar o voo das garças e os bandos dos flamingos junto aos sapais ao largo das margens dos Seixal à espera de serem fotografados nesta viagem, transporta-nos para um cenário de vida sempre renovada captando um olhar cada vez mais consciente e determinado para a sua conservação. Em cada viagem no estuário do Tejo e em cada época, uma percepção diferente, uma vivência que urge repetir e que nos traz à memória a sua beleza.
O estuário do tejo foi palco para mais uma saída, desta vez na orla costeira do concelho do Seixal numa organização conjunta com a Câmara Municipal do Seixal a bordo da embarcação típica – Varino Amoroso pertencente ao município do Seixal. Com a orientação dos professores Manuel Lima e Jorge Fernandes.
Após uma abordagem global da região vestibular do rio Tejo e das caraterísticas gerais do maior estuário da Europa Ocidental efetuada pelo professor destacado Jorge Fernandes Moldados de curiosidade e movidos por um apelo de conhecer esse belo repositório dinâmico de belas paisagens, recheado de valores culturais e naturais, lá partimos navegando pelo Tejo pela sua suave ondulação navegando pelo esteiros, junto aos sapais. Ao mesmo tempo que íamos contemplando a paisagem dos ecossistemas ribeirinhos e observando a avifauna, o professor Manuel Lima ia divulgando o território, integrando os aspetos naturais e culturais associados ao estuário do tejo e às vivências das populações do concelho do Seixal.
Fotografia de Manuela Matos
Fotografia de Manuela Matos
Ao sabor do vento fomos transportados para a dimensão da tranquilidade observando as aves a descansarem, enquanto outras iam voando em busca de alimento à medida que a maré vazava, num cenário de inegável beleza até que o nosso barco atracou novamente no cais do Seixal, onde depois da parte da tarde os participantes efetuaram um percurso pedestre constituinte da rede de trilhos de Interpretação Ambiental do Município do Seixal.
Caminhando junto aos sapais e moinhos de maré dos Paulistas, com o acompanhamento e orientação do professor Manuel Lima ficámos a conhecer toda a riqueza natural envolvente bem como a ocupação humana resultante da vivência com o estuário.
Não obstante o impacto das atividades humanas resultantes do crescimento urbano e industrial verificado no Concelho do Seixal e de se continuar a se registar atentados ambientais ao longo do percurso do rio, fica uma mensagem de otimismo, pois observam-se ervas marinhas que são espécies bioindicadoras da qualidade da água e foi-nos dada a informação de que se tem registado um aumento de espécies de peixes que voltam a utilizar o estuário.
Navegando e caminhando pelo Estuário do Tejo junto à baía do Seixal foi assim um percurso preferencial para que os participantes tivessem conhecido melhor esta área do município, capacitando-os para o cumprimento dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável e principais eixos temáticos da Estratégia Nacional de Educação Ambiental2020, designadamente o pilar central de Valorizar o Território.
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