O chá que cuida do lince!

Fotografia © LIFE Habitat Lince Abutre

 

 

Há cerca de uma década atrás, foram instaladas em Moura, no Alentejo, oito tocas artificiais para lince-ibérico, em áreas de habitat adequado à presença deste felino mas onde existem poucos abrigos naturais importantes para a sua reprodução, como cavidades em árvores de grande dimensão.

 

A medida, experimental, foi implementada ao abrigo do projeto LIFE Habitat Lince Abutre, no contexto do trabalho do Programa Lince da LPN na região.

 

Estas estruturas encontram-se em locais remotos, de difícil acesso, e são apenas visitadas uma ou duas vezes por ano para monitorização (antes e/ou depois da época de reprodução).

 

Passados mais de dez anos desde a sua instalação, e beneficiando de um donativo entregue pelo menino Francisco, angariado com a criação do “chá do lince-ibérico” da Quinta Aroma das Faias, a LPN procedeu agora à sua necessária manutenção.

 

Os trabalhos de manutenção, anteriores ao início da época de nascimentos, são essenciais para tornar estas estruturas adequadas à função de abrigo de reprodução e consistem em arranjos na estrutura (em madeira e em ferro), sua cobertura (cortiça) e interior (limpeza). 

 

 

 

 

 

Das oito tocas visitadas, duas apresentavam danos severos: uma devido a uma derrocada de pedras, cujos estragos estruturais foram mitigados; e a outra devido ao apodrecimento da estrutura em madeira pela ação de fungos decompositores, a qual se veio a considerar inapta para reprodução. Todas as restantes tocas apresentavam alguns pequenos mas já expectáveis danos, entretanto todos eles arranjados pela equipa.

 

Até à data, estas tocas têm vindo a ser utilizadas como refúgio por algumas espécies de mamíferos carnívoros que, à semelhança do lince-ibérico, procuram cavidades como estas na época de reprodução (fuinha e geneta).

 

Com a expansão natural da população de lince-ibérico já estabelecida no Vale do Guadiana, a probabilidade de ocorrência e fixação deste felino em novos territórios geograficamente próximos e adequados à espécie, como este em Moura, é agora maior, o que vem reforçar ainda mais a importância destas ações de manutenção.  

 

 

 

Toca artificial utilizada como abrigo diurno por duas jovens fuinhas (Martes foina), um pequeno mamífero carnívoro que, apesar de comum, é difícil observar devido aos seus hábitos noturnos.

 

Ao Francisco, e à sua família, o nosso muito obrigado!

 

 

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