Praia de S.pedro do Estoril

Quem conhece a geodiversidade e a biodiversidade de uma praia passa a ter um “outro olhar” e a acarinhá-la. Esse é um dos desafios – promover a sua protecção.

 

A LPN no âmbito do projeto Despertar para a Natureza com a colaboração do MARE vai à Escola acompanhou as turmas do 8º ano do Agrupamento de Escolas Ruy Belo em mais uma saída na zona de entre-marés da plataforma de Cascais.

 

 

Juntas a LPN e o MARE vai à Escola dinamizaram mais uma vez, uma saída pelo segundo ano consecutivo, nos dias 2 e 3 de maio, com alunos do 8º ano do Agrupamento de Escolas da Ruy Belo. A Praia de S. Pedro do Estoril foi o local escolhido durante a baixa-mar para se evidenciar a sua importância ecológica, os mecanismos de adaptação dos seres vivos, bem como a ocupação antrópica e problemas de ordenamento das zonas costeiras.

 

 

Nas imediações da Zona de Interesse Biofísico das Avencas (ZIBA) e do Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal (CIAPS), na praia de S. Pedro do Estoril, enquanto os pilritos das praias (Calidris alba) se alimentavam incessantemente junto à rebentação, numa manhã agradável cheia de sol, na maré-baixa desenvolvia-se uma “aula na zona intertidal (entre-marés)”. 

 

 

Efetuando-se inicialmente um enquadramento geológico e uma breve descrição da ocupação humana no território por parte do professor destacado na LPN, os alunos iam “despertando” para as situações-problema relacionadas com o ordenamento costeiro e de risco geológico da plataforma litoral de Cascais derivado da ocupação antrópica.

 

Seguidamente, os dinamizadores do MARE vai à Escola iam-nos evidenciando a diversidade, as adaptações incríveis dos seres vivos e divulgando algumas curiosidades do mundo vivo nestes ecossistemas únicos de transição entre o meio marinho e o meio terrestre. A forma como os organismos se distribuíam em diferentes zonas depende da sua tolerância aos diversos factores ambientais, agrupando-se de acordo com os factores físico químidos e biológicos. Munidos dos guiões com questões-problema sobre os diversos aspetos geológicos e ambientais da praia de S. Pedro do Estoril, os alunos através de uma observação contextualizada e com o apoio dos dinamizadores e professores iam estudando com curiosidade os seres vivos nas diferentes zonas do intertidal (supralitoral- mediolitoral e infralitoral).

 

 

Para além de se abordar a influência das alterações climáticas na capacidade de sobrevivência dos seres vivos e por forma a dissolver a visão pedagógica catastrófica nos alunos, o orientador João Paulo Medeiros do MARE vai à Escola, abordou a multiplicidade de estratégias de reprodução nas diferentes espécies, algumas verdadeiramente hilariantes proporcionando um clima de boa disposição e revelando a necessidade que os seres vivos têm de transmitir e perpetuar os seus genes.

 

À medida que íamos caminhando, mais próximos do mar em direção ao infralitoral iam-se descobrindo mais espécies de seres vivos que vivem sujeitos à ação das marés suportando a alternância da submersão e exposição ao ar. Nas poças de maré permanente no mediolitoral, verdadeiros enclaves do infralitoral, revelavam-se os organismos típicos. 

 

 

Poça de maré evidenciando a Anémona do mar (Anemonia sulcata) – Foto: Eduarda Costa

 

 

Enquanto a manhã avançava, o sol brilhava mais na água. Então revelavam-se mais os organismos que vivem fixos às rochas, os que são caraterísticos das poças de maré mostrando mais os seus “segredos” e revelando as suas adaptações. A curiosidade por parte dos alunos aumentava questionando permanentemente enquanto descobriam e observavam as diferentes espécies de seres vivos procurando efetuar a correspondência com os quadros de zonação intertidal do guião.

 

E já ao fim da manhã, com a maré cada vez mais cheia, enquanto as aves costeiras são obrigadas a competir pelo alimento, também para nós todos chegava a hora do almoço e então os pilritos levantaram voo em direção a outras zonas de alimento enquanto chegava ao fim mais uma saída do projeto “Despertar para a Natureza” que possibilitou uma aula diferente e que terá a sua continuidade nas reflexões e análises posteriores na sua escola.

 

 

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