Quando o professor destacado - Jorge Fernandes e a técnica da LPN Andreia Lança chegaram ao parque da Boiça, na freguesia de Valongo do Vouga (Águeda) para dinamizarem o Projeto Literacia para a Floresta, ficaram surpreendidos com toda a dinâmica envolvida.
O Parque da Boiça situado nas margens da ribeira da Aguieira tinha sido recentemente requalificado por proposta dos cidadãos no âmbito do orçamento participativo da Câmara Municipal de Águeda, num projeto realizado pela freguesia de Valongo do Vouga que contou com o financiamento total do município e o apoio da Agência Portuguesa do Ambiente possibilitando o restauro num espaço ecologicamente sustentável.
Coincidindo com a semana nacional das espécies invasoras e a semana do ambiente promovida pelo Município de Águeda, professores, técnicos municipais, comunidade educativa já estavam preparados e envolvidos em atividades do projeto da Literacia para a Floresta com os alunos do Agrupamento de Escolas de Valongo do Vouga. Entre essas atividades destacavam-se já as que tinham disso propostas nas sessões online concebidas pelas técnicas da LPN – Ana Sofia Ribeiro e Rita Alves, como pro exemplo a construção de ninhos e comedouros para as aves.
O movimento era intenso e logo fomos em direção ao Pavilhão do Centro Interpretativo do Parque para introduzirmos a temática da importância da Floresta salientando a importância das espécies autóctones e o problema das invasoras dando continuidade à terceira sessão do projeto que consistiu na saída de campo.
Entretanto fomos entrevistados pela Águeda Tv explicando a importância do projeto da Literacia para a Floresta da LPN tal como a professora Benvinda Tavares responsável pelo projeto na Escola, que mencionava “ser a primeira vez que os alunos saem fora das quatro paredes a que estão confinados, resultante da pandemia ao longo deste ano letivo, portanto é ver o entusiasmo que estas crianças têm e a sensibilidade para com a natureza o que é muito importante e cada vez mais”.
A ribeira de Aguieira, simultaneamente é um grande exemplo do Projeto Rios, projeto da autoria de Pedro Teiga que explicou aos alunos de uma forma muito motivadora e didática o processo de valorização da paisagem natural da ribeira, que solucionou o problema da queda dos muros e da degradação da ribeira, tornando-a num exemplo demonstrativo das técnicas de base natural aplicadas e que permitiu que pudessem ser introduzidas novas dinâmicas de promoção e educação ambiental, implementando-se no espaço um laboratório de rios, no âmbito do LabRios+.
Numa zona que se encontrava bastante degradada, cheia de acácias, foi feita a remoção de entulho, a construção de rampas para os peixes, e nas margens da ribeira foram colocadas espécies autóctones, como por exemplo, os amieiros (Alnus glutinosa). Pedro Teiga explicou a importância dos amiais, que são autóctones e que estão em perigo de desaparecer. O seu desaparecimento é derivado da doença originada por uma espécie invasora como de outras pressões abióticas (alterações climáticas e hidrológicas). O amieiro é uma árvore que é uma componente fundamental da vegetação ripícola pois enriquece os solos de azoto sendo benéfico para a agricultura para além de existirem pelo menos 90 espécies de insetos associados a esta árvore.
Laboratório de Rios – Ribeira de Aguieira.
E assim “voltaram os Amieiros”… com o Projeto de Literacia para a Floresta envolvido, mas essencialmente, o sonho de uma população que lançou as sementes através das suas ideias, em nome do bem estar coletivo passando de Valongo do Vouga para o Mundo e demonstrando que é possível valorizar o território.
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