Parque Natural da Arrábida

A LPN acompanhou a saída de duas turmas do 8º ano do Agrupamento de Escolas João Villaret desde o Espichel à Arrábida, numa área sensível de grande riqueza paisagística e natural que importa educar para a sua conservação.

 


No dia 20 de novembro o nosso destino levou-nos ao Parque Natural da Arrábida em mais uma saída de campo inserida no Projeto "Natureza para Todos" promovido pela LPN. Os alunos de duas turmas do 8º ano do Agrupamento de Escolas João Villaret foram à descoberta do Parque Natural da Arrábida, passando em áreas de grande importância científica e pedagógica como o Cabo Espichel e as jazidas de icnofósseis envolventes, Sesimbra e o Alto do Jaspe.

 

Com a coordenação da professora Isabel Afonso, a colaboração de vários professores de diferentes disciplinas e do professor destacado na LPN, a jornada começou na Pedreira do Avelino já perto do Cabo Espichel onde os alunos ficaram surpreendidos com a visibilidade da observação das pistas de dinossauros que ficaram impressas nas rochas com 140-130 milhões de anos. Após uma breve descrição sobre as pegadas e de como era o paleoambiente da altura de formação deste monumento natural fomos em direção ao conjunto histórico do Cabo Espichel. A Ermida da Memória era o local preferencial para se vislumbrar a paisagem deslumbrante entre a terra e o mar, das abruptas arribas que batem nas lajes calcárias e para se descrever a Geomorfologia.

 

Apreciando-se a virtiginosa baía dos Lagosteiros, para sul, identificou-se o limite entre duas camadas de dois períodos da história geológica que evidenciam diferentes tipos de paleoambientes. Nesse local não se deixou de mencionar a associação entre a Ciência e a misticidade protagonizados pelo culto da Senhora da Mua, retratados nos azulejos da Ermida onde se registam as pegadas dos dinossauros do geomomonumento da pedra da Mua, inicialmente atribuídas à mula que transportava a Nossa Senhora até ao alto do Cabo Espichel.

 

E como já tínhamos aproveitado uma paragem para recompormos as nossas energias, lá fomos efetuar um percurso pedestre através de um trilho tendo em vista a descoberta das pegadas da baía dos Lagosteiros. Alguns alunos revelavam já alguma falta de treino para estas incursões pelo campo, mas a firmeza era grande e lá se chegou ao destino para se observar os também as marcas deixadas pelas patas dos dinossauros não só ao longe do geomonumento da pedra da Mua salientando-se a excelente conservação das suas impressões e a sua importância por testemunhar o comportamento gregário dos dinossauros, como a observação “in loco” do geomonumento das jazidas da baía dos Lagosteiros, em cuja superfície se observam pegadas que testemunham a passagem de dinossáurios de há 130-133 milhões de anos. Não obstante as impressões deixadas serem de elevada qualidade e de estarem estão localizadas em lajes com alguma inclinação, mas isso não serviu de obstáculo para que alguns alunos mais afoitos movidos pela curiosidade e interesse se aventurassem para uma observação mais “in loco” dos trilhos tendo sido de imediato alertados para terem cuidado a deslocarem-se por essas lajes.

 

Após o percurso pedestre pelo litoral do Cabo Espichel e regressados ao autocarro, era tempo para uma pausa para almoço não havendo melhor local do que a deslocação ao Porto de Sesimbra. Aí ao apreciar-se a paisagem condicionada pela Geologia e a atividade piscatória observou-se um excelente exemplo de dobras nas rochas que evidenciam a tectónica existente na região.

 

Em seguida o nosso destino era o Alto do Jaspe, na serra mágica da Arrábida onde a paisagem é fonte de poesia. Junto à Mata do Solitário, uma área de proteção total que testemunha as matas mediterrânicas de há muitos milhares de anos, antes das Glaciações avistávamos a serra do Risco - a falésia calcária mais alta da Europa com um nevoeiro que a tornava ainda mais exuberante, onde as nuvens se formavam e se afastavam como que se uma força interna as forçasse a isso. Envoltos nessa magia contagiante de harmonia entre a serra e o mar, os alunos efetuaram um pequeno percurso pedestre percorrendo um trilho com a vegetação caraterística chegando ao local de uma antiga pedreira, onde se explorava como rocha ornamental – a brecha da Arrábida. Após uma breve caraterização ecossistémica de elevada sensibilidade e importância mencionou-se a necessidade de o preservar e de se cumprirem regras de utilização desse espaço, derivado não só à sua riqueza florística, como também da brecha da Arrábida ser uma rocha rara, de um tipo litológico único com elevado valor didáctico e científico.

 

E já com o Sol a começar a partir neste belo dia que tínhamos tido... demos por finda esta bela jornada no Parque Natural da Arrábida. Certamente ficou na memória a visita a este local de inspiração que pode possibilitar aos professores implementarem estratégias educativas que permitam aos alunos construir o seu conhecimento de uma forma mais apelativa e motivadora para a defesa e conservação do ambiente.

 

 

 

 

 

Esta atividade decorreu no âmbito do projeto "Natureza para Todos" que conta com o apoio do Fundo Ambiental.

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