No passado dia 14 de setembro, a LPN e o Pingo Doce, com o apoio da Câmara Municipal de Óbidos e do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, promoveram uma ação de remoção de plantas exóticas invasoras nas margens da Lagoa de Óbidos, por forma a proteger e preservar esta área natural de grande valor ecológico.
As Plantas invasoras são plantas não nativas que causam impactes ambientais e económicos negativos, ameaçando a biodiversidade, os ecossistemas e a saúde pública.
No território da Lagoa de Óbidos tem-se identificado alguns focos de plantas exóticas invasoras, como a erva-das-pampas (Cortaderia selloana), a acácia-de-espigas (Acacia longifolia), a mimosa (Acacia dealbata), o chorão-das-praias (Carpobrotus edulis), entre outras.
O local escolhido para a realização desta atividade localiza-se junto ao parque de merendas do Arelho e os trabalhos incidiram sobre o controlo da planta erva-das-pampas.
No início da atividade a nossa convidada Elizabete Marchante, investigadora no Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e especialista nesta temática fez uma breve apresentação sobre as plantas exóticas e invasoras explicando que antes de avançar para o terreno é aconselhável definir quais as prioridades de intervenção e, dependendo da espécie a remover, selecionar as metodologias de controlo mais adequadas e explicar a sua aplicação.
Introdução à atividade por Elizabete Marchante.
No caso da erva-das-pampas um dos métodos é a total remoção das plantas do solo (arranque manual ou mecânico, consoante a dimensão da planta) ou impedir a sua proliferação pelo corte das panículas (plumas) que deve ser realizado antes das sementes estarem maduras e prontas a dispersar.
Explicação sobre o corte das plumas.
Durante a atividade, foram removidas 12 plantas e removidas cerca de 400 plumas.
Atendendo a que cada pluma poderá conter milhões de sementes e que estas se podem propagar até vários quilómetros, dependendo do evento e agentes facilitadores, ações como esta conseguem ter um impacto positivo no controlo à dispersão destas plantas invasoras.
Plantas removidas com a raiz virada para cima, afastada do solo.
Panículas (Plumas).
Houve ainda tempo para a demonstração do método de descasque utilizado no controlo de mimosas, que consiste em efetuar uma incisão em anel, contínuo, à volta do tronco e remover toda a casca e câmbio vascular até à superfície do solo, se possível até à raiz.
No caso da acácia-de-espigas, o corte raso ao solo das plantas adultas, na maioria das vezes é suficiente para o controlo eficaz desta espécie, apesar de nalgumas situações a touça também poder rebentar.
Exemplificação do método de descasque utilizado no controlo de mimosas.
Para mais informações sobre as plantas invasoras em Portugal consulte www.invasoras.pt. A legislação em vigor que regula a introdução na natureza de espécies exóticas e invasoras é o Decreto-Lei nº 92/2019 de 10 de Julho (revoga o anterior diploma: Decreto-Lei nº 565/99, de 21 de Dezembro).
Agradecemos a colaboração da Elizabete Marchante pela orientação desta atividade, bem como a todos os participantes pela presença neste encontro.
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