No passado dia 3 de outubro deu-se, na cidade do Porto, o arranque do projeto DiverSEA - Integrated Observation, Mapping, Monitoring and Prediction for Functional Biodiversity of Coastal Seas (DiverSEA). Financiado pelo programa Horizon Europe, este projeto, com duração de 4 anos, que deixará um legado muito para lá da sua janela temporal, foca-se na monitorização e no mapeamento destes ecossistemas através do desenvolvimento de novas metodologias e de uma abordagem holística. Um desafio que juntou uma equipa multidisciplinar composta por 19 instituições de 13 países, onde a LPN lidera a componente da ciência cidadã, um dos grandes objetivos do DiverSEA.
Na Europa, cerca de 50% da população vive a menos de 50km do mar, e esta população continua a crescer. Os ecossistemas costeiros apresentam elevados níveis de pressão antropogénica que desafiam a sua sustentabilidade e resiliência no curto e médio prazo. Os sistemas costeiros desempenham um papel fundamental para a sociedade humana, providenciando inúmeros bens e serviços, e sendo imprescindível para a segurança alimentar, produção de energia e mitigação das alterações climáticas. Este conflito entre o aumento das pressões antropogénicas e concomitante aumento da nossa dependência nestes ecossistemas levou a uma mudança na forma como avaliamos e procuramos gerir estas regiões, de uma visão estritamente económica para uma onde se foca no elo entre o bem-estar social e a sustentabilidade ecológica, promovendo uma gestão adaptativa de sistemas dinâmicos e complexos.
A UE procura agora metodologias para a gestão integrada dos ecossistemas através da definição de objetivos de bom estado ecológico ou ambiental e da orientação das avaliações ecológicas do nível estrutural da comunidade para a avaliação funcional do ecossistema, aquilo a que chamamos de Ecosystem-Based Management. Assim, tornou-se fundamental mapear e monitorizar os sistemas, identificando fatores chave e mecanismos preditivos da sua dinâmica, integrando toda a informação de forma a compreender e ser capaz de desenhar a complexidade do sistema. No fundo, mudar da tradicional abordagem que ignorava a dinâmica ecossistémica, gerando informação fragmentada, para uma abordagem transdisciplinar, integrando o conhecimento de diversas áreas, decifrando as interações do ecossistema, permitindo assim uma análise preditiva mais precisa.
Em breve surgirão mais novidades, com o lançamento do website e partilha de novas informações. Recomendamos a todos a sigam o DiverSEA, pois não só é um projeto de enorme relevância como, acima de tudo, procura no cidadão um ativo contribuidor para a ciência.
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