Nas últimas semanas a Quinta da Moenda da LPN recebeu mais de meia centena de pessoas vindas de várias zonas do país para conhecerem o trabalho e os resultados que ali se têm conseguido pela recuperação da floresta autóctone.
Beneficiando de um apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Fundo Recomeçar (destinado aos concelhos afetados pelos incêndios de outubro de 2017), a Quinta da Moenda foi palco de um conjunto de ações de formação e demonstração de boas práticas com vista à recuperação e à preservação da floresta autóctone.
Estudantes universitários, proprietários e gestores florestais ficaram assim a conhecer mais sobre o trabalho desenvolvido pela LPN nesta sua propriedade florestal localizada no concelho de Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra.
A Quinta da Moenda foi doada à LPN para fins de utilidade pública pela Dr.ª Maria do Carmo Albuquerque. Estávamos em 2008, num momento em que no centro do país era ainda evidente o desastre provocado pelos incêndios de 2003 e 2005. Foi a dedicação de alguns associados do Núcleo Centro da LPN e um importante voto de confiança do município de Vila Nova de Poiares, que permitiram a transformação do que era um espaço rural abandonado e ocupado por matos altos, parcialmente invadido por espécies exóticas, num espaço florestal hoje considerado como o “Refúgio biológico de Vila Nova de Poiares”.
A primeira das ações ali decorridas nestas últimas semanas foi orientada por Samuel Vieira, associado da LPN, que nos mostrou os resultados das boas práticas florestais na recuperação da floresta autóctone ali experimentadas, num espaço que permanece fértil para experiência e aprendizagem. É a ele a quem se deve muito do trabalho voluntário ali desenvolvido.
Fotografia de Luísa Luz Sales.
Também Joaquim Sande Silva, professor na Escola Superior Agrária de Coimbra e membro da Direção Nacional da LPN, orientou uma ação de formação sobre algumas técnicas de silvicultura preventiva no contexto da defesa da floresta contra incêndios florestais. A diversidade de espécies que hoje compõe a Quinta da Moenda torna-a uma barreira natural à progressão de incêndios na área florestal envolvente, dominada por eucalipto, pinheiro-bravo e acácias.
Fotografia de Luísa Luz Sales.
A última de um bloco de três ações decorreu sob orientação do FSC® Portugal. Num percurso guiado pelo associado Mário Silva, Carmo Tavares do FSC® Portugal falou aos cerca de 40 participantes, entre eles vários proprietários e gestores florestais, sobre a certificação florestal FSC® e a preservação da floresta autóctone.
Para além de dar a conhecer os Altos Valores de Conservação e os serviços de ecossistema que estes nos prestam, com esta visita pretendeu-se mostrar ao proprietário e ao gestor florestal da região Centro que a dimensão da propriedade não é um fator limitante à criação e classificação destas áreas.
Esta ação incluiu uma componente prática de aplicação e verificação no terreno de um template que permite monitorizar os valores naturais presentes numa propriedade. Uma ferramenta ainda em teste e que permitirá ao pequeno proprietário monitorizar a sua área de forma mais expedita.
O restauro e a manutenção de áreas de floresta autóctone não só são possíveis e necessários no contexto ambiental e social em que vivemos, como se constituem como uma importante ferramenta local na mitigação e combate aos efeitos das alterações climáticas e à progressão dos incêndios florestais, já que estas áreas funcionam como barreiras à sua passagem.
Fotografia de Luísa Luz Sales.
A LPN agradece a todos os participantes pela partilha, bem como à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa por acreditar e apoiar esta iniciativa.
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