Um “outro olhar” em Queluz com o projeto Literacia para a Floresta

Após ter-se desenvolvido as iniciativas de saídas de campo com as escolas no Norte de Portugal, no âmbito do Projeto Literacia para a Preservação da Floresta, a LPN voltou à Área Metropolitana de Lisboa, para desenvolver as atividades do Projeto com a Escola Básica e Secundária Padre Alberto Neto, em Queluz.


Ao chegar à escola. o professor destacado da LPN e a coordenadora do projeto Literacia para a Floresta – Ana Sofia Ribeiro encontraram-se com os professores, alunos e técnicos da Câmara Municipal de Sintra para duas saídas de campo a realizar da parte da manhã a dois espaços verdes situados nas imediações da escola – a Quinta Nova de Queluz e a Matinha de Queluz.


A saída iniciou-se mais uma com a apresentação do projeto da LPN e do projeto Literacia para a Floresta a que se seguiu uma introdução acerca dos espaços a se visitar do professor de Artes- José Ricardo Loureiro que possui um conhecimento da região apreciável. Após se ter dividido os participantes em dois grupos efetuámos o percurso em direção à Quinta Nova de Queluz que fica situado mesmo nas traseiras da escola.


Chegar à Quinta Nova de Queluz constitui uma surpresa, pois tão perto de vias congestionadas de trânsito como o IC 19 e da Av. do regimento dos Comandos é logo perceptível uma sensação de bem estar, de abstração do bulício da cidade.

 

 

 

 

Embora esteja localizada num espaço contíguo ao Palácio de Queluz à medida que íamos caminhávamos no seu espaço sentia-se uma maior aproximação à natureza complementada com as explicações acerca da história do local e da biodiversidade pelo professor José Silvestre. Ao caminharem nesse local vasto e aprazível localizado numa zona sujeita a influências atlântica e mediterrânea possui uma grande biodiversidade com inúmeras espécies arbóreas espontâneas, os alunos iam observando o ecossistema, completando as questões do guião fornecido pela LPN contando com o apoio do professor destacado, da Ana Sofia Ribeiro, técnicos da Câmara Municipal de Sintra e professores.


Atravessada pela ribeira de Carenque, adquirida no século XIX pela coroa portuguesa para expansão da área agrícola do Palácio de Queluz bem bem como viveiro de plantas e de arbustos para posterior transplante nos jardins da residência real, na Quinta Nova foi possível observarem-se várias árvores nas quais se destacavam espécies, por exemplo, Pinheiros (Pinus pinea), Azinheiras (Quercus rotundifolia) Casuarinas (Casuarina sp), Oliveiras (Olea europae), Sobreiros (Quercus suber), Plátanos (Platanus sp.). Magnólias (Magnolia grandiflora) e Freixos (Fraxinus angustifolia). Encontrámos igualmente uma grande variedade no estrato arbustivo nomeadamente o Folhado (Viburnium tinus), pilriteiros (Craetegus monogyna) a Chicória (Chicoria intibus), entre outras, que permitem a vida de alguma fauna, diversos insectos e sobretudo aves como por exemplo o pombo-torcaz e coelhos (vestígios de pegadas e excrementos).

 

 

 

 

Observámos também espécies exóticas invasoras como o Acanthus (Achantus mollis) e Acácias (Acacia sp.), salientando.-se, que embora, os fins das florestas visitadas em causa tenham objetivos de recreio e lazer, há a necessidade de se promover a conservação da floresta nativa e autóctone através do combate às espécies invasoras.


Após ter-se caminhado na Quinta Nova de Queluz dirigimo-nos à Quinta da Matinha, junto ao IC 19, para se desfrutar de mais um ambiente tranquilo e de grande biodiversidade. Ao chegar deparámo-nos novamente com uma grande biodiversidade, nomeadamente com espécies arbóreas relíquia como sejam um povoamento de sobreiros nunca descortiçados, destacando-se junto à entrada três monumentais e antigos sobreiros, além de outras espécies de Carvalhos, numa mata que está sob a gestão da Câmara Municipal de Sintra e que no seu conjunto testemunha ainda um estado natural.

 

 

 

 

Após a saída na Quinta da Matinha, dirigimo-nos em direção da Escola passando pela zona de Proteção Especial do Palácio de Queluz no qual o professor José Silvestre nos elucidou melhor sobre a História do Palácio e do bairro do Chinelo integrando o património natural com o cultural. Num percurso de aproximadamente entre 5 e 6 km de extensão chegámos à escola com os objetivos cumpridos.


Fazendo parte do Eixo Verde Azul – um corredor ecológico estratégico previsto entre Sintra, Oeiras e Amadora, a Quinta Nova de Queluz e a Quinta da Matinha são o núcleo central, gerador e estruturante de um grande parque urbano (Grande Parque Urbano de Queluz). Juntamente com outras obras (integração das linhas de água e implementação de represas de forma a reduzir-se impacto das cheias cíclicas), a sensibilização e educação ambienta e de projetos como por exemplo o Projeto Literacia para a Floresta da LPN são vetores fundamentais para os objetivos e funções das estruturas ecológicas urbanas.


Levar os alunos a descobrir para conservar e valorizar as florestas ao redor das suas escolas e locais de vivência, para que as novas gerações possam através da sua participação consciente e responsável revolucionar a relação entre a natureza e a cidade é o objetivo do projeto que pensamos ter plenamente atingido os seus objetivos nesta saída de campo.

 

Aspeto de um conjunto de três sobreiros antigos e monumentais na Quinta da Matinha de Queluz.

 

 

Observação de uma abelha mencionando-se as suas caraterísticas e importância nos ecossistemas pela técnica Sara da Câmara Municipal de Sintra.

 

 

 

 

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