Fotografia: ©Almargem
Talvez se recorde que, em 2022, seguindo o Plano de Urbanização da Cidade de Lagoa, a Câmara Municipal de Lagoa autorizou um promotor imobiliário a realizar os trabalhos de urbanização das Alagoas Brancas?
Estava em causa uma das últimas zonas húmidas no Algarve, cujas particularidades e contexto envolvente a tornaram num ecossistema de grande importância para um vasto conjunto de espécies de aves e reduto de uma rara comunidade de plantas associadas aos meios aquáticos.
Além dos efeitos sobre a biodiversidade, a destruição desta reserva de água doce, estabelecida numa zona cársica e inserida num aquífero aluvionar que integra a Reserva Ecológica Nacional, colocaria em risco a segurança da cidade de Lagoa em situação de cheia ou inundações.
Deu-se então início a uma luta sem precedentes com o objetivo de salvaguardar aquela zona húmida, num processo liderado pelo movimento “Salvar as Alagoas Brancas”, constituído por vários cidadãos da comunidade local, e que contou com o apoio das ONGA Almargem, A Rocha Portugal, GEOTA, FAPAS, LPN, SPEA e ZERO.
Esta é uma história de sucesso…
A pressão exercida e os esforços desenvolvidos, envolvendo a autarquia, o promotor, o ICNF e o Governo, levaram à ponderação de cenários alternativos ao avanço do projeto urbanístico e a negociações para aquisição, via Fundo Ambiental, dos terrenos das Alagoas Brancas.
No início de 2024, as Alagoas Brancas passaram assim para a alçada do Município de Lagoa com vista à sua renaturalização e proteção, de forma a criar uma área de valor natural na cidade de Lagoa que permita a visitação e a fruição daquele espaço.
Desde então, envolvendo várias entidades e investigadores, têm sido promovidas várias iniciativas de divulgação, de promoção de ciência cidadã e de discussão pelo futuro das Alagoas Brancas, na expetativa de que esta área possa vir a ser classificada.
Educar para conhecer, conhecer para cuidar…
Hoje assinala-se mais um marco na história das Alagoas Brancas. Para sensibilizar a população e aumentar o conhecimento público quanto à riqueza e valores naturais desta zona húmida, a associação de defesa do ambiente Almargem, com o apoio do Fundo Ambiental, lançou uma nova página sobre as Alagoas Brancas!
O site alagoasbrancas.pt explora a biodiversidade das Alagoas Brancas, reunindo informação sobre algumas das espécies que ali ocorrem, já documentada em estudos e ações anteriores.
Além do site, a Almargem disponibiliza também para download uma brochura digital, em português e inglês, descrevendo as espécies numa linguagem clara e acessível.
Se está distante, agora já pode ‘vir’ connosco descobrir as Alagoas Brancas!
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